A
cirurgia de implante mamário é a colocação de prótese de silicone na região
da glândula mamária, para corrigir alterações estéticas ou
melhorar o aspecto dos seios. O implante mamário representa 21% de todos os procedimentos de natureza
estética, realizados de 2007 a 2008 no Brasil, de acordo com dados da
pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Instituto
DataFolha.
“A
mamoplastia de aumento é realizada pela colocação de próteses. Temos que
visar a melhora na harmonia entre forma e volume das mamas, em busca do
equilíbrio entre aumento e suspensão, para mamas caídas”, relata o especialista Dr. Alexandre Munhoz, Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica.
Atualmente,
existem vários tipos de próteses que se mostram mais seguras dos que os modelos
utilizados há 10 anos. A nova geração de implantes também proporciona
resultados mais duradouros e naturais. Quanto aos tipos, elas podem ser de gel
de silicone ou de solução salina, com invólucro de material liso ou
texturizado, ou ainda, podem ser recobertas por uma camada de poliuretano. Hoje as mais utilizadas são de silicone texturizado, porém o tipo e o tamanho da prótese devem ser definidos com o cirurgião.
Na
entrevista com o Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, desmistificamos algumas
questões que envolvem o assunto. Confira!
A mamoplastia de
aumento é indicada para todas as mulheres com seios pequenos?
Sim,
de maneira geral. Todavia, os aspectos relacionados ao volume mamário inicial,
antes do procedimento, e ao desejado pela mulher devem ser avaliados de maneira
criteriosa. Em algumas situações, nas quais existe presença de tecido mamário
associado com certo grau de ptose (queda da mama), pode-se apenas reposicionar
a mama, sem a necessidade de implante de silicone.
Como é à escolha do
formato e do tamanho da prótese?
Deve-se optar por implantes modernos e que apresentem
características, como coesividade e revestimento texturizado de última geração.
Normalmente, a paciente relata seu desejo e sua idéia de mama ideal ou de
imagem corporal. Em seguida, calculamos de maneira objetiva a largura (base) e
a altura da mama, com o intuito de determinar as possibilidades de volume de
implante para aquela anatomia específica. Vale salientar que cada mulher tem
uma anatomia individual e com valores próprios de base e altura. Além disso,
usamos a prova de moldes.
As próteses mais modernas devem
ser substituídas com 10 anos de uso?
Nenhum
implante mamário de silicone é vitalício e como qualquer material sintético
sofre um desgaste natural com o passar dos anos. Alguns estudos que avaliaram
os implantes de última geração demonstram bons resultados em períodos
superiores a 10 anos. Modelos mais recentes mostram resultados seguros com 15 a 20 anos na maioria das
pacientes e isto é proveniente da evolução do revestimento dos implantes e da
qualidade do silicone gel. Com
o passar dos anos, é importante a paciente realizar acompanhamento com seu
cirurgião plástico para determinar
a época da substituição.
A prótese pode
estourar ou explodir com sofrer um impacto brusco?
Há
relatos esporádicos de ruptura do implante pós-trauma externo, como quedas de
grande altura ou impacto de material em alta velocidade. Em sua maioria são
implantes antigos, já com desgaste natural e que possuíam um número menor de
camadas de revestimento. Todavia, em condições normais e sendo o implante de
última geração a probabilidade deste evento ocorrer é praticamente nula. Vale
lembrar que ainda existem implantes salinos (preenchidos com soro), muito
utilizados nos EUA, e que apresentam o risco de ruptura e saída do soro
fisiológico.
A colocação de próteses interfere no exame
do toque? Quem tem prótese é mais propensa a desenvolver o tumor?
Em
relação à cirurgia de aumento de mama, vários trabalhos científicos que
avaliaram mulheres com e sem implante de silicone mostraram que a incidência de
câncer de mama é semelhante nos dois grupos avaliados e não há qualquer relação
entre o implante e o desenvolvimento do câncer.
É mais difícil realizar mamografia em quem
usa prótese nos seios?
Existe
a necessidade de aparelhos e posicionamento especial de modo a deslocar a
prótese da frente da mama e desta forma permitir uma adequada visualização do
parênquima mamário. Atualmente, em bons centros de radiologia e com técnicos
preparados e radiologistas experientes, a dificuldade de posicionamento e
visualização ocorre em uma porcentagem mínima de mulheres. Agora, com a maior experiência nas cirurgias
plásticas de mama e a utilização de outros exames em associação com a
mamografia, como o ultrassom e a ressonância magnética, este aspecto negativo é
desprezível.
No
tratamento do câncer de mama a prótese de silicone pode
atrapalhar?
De
maneira geral não. Atualmente, a prótese de silicone é uma das principais
técnicas de reconstrução mamária empregada após a retirada do tumor. Em algumas
situações, existe a necessidade de um maior planejamento técnico e pode existir
a necessidade de troca desta prótese e simetrização com a mama contra-lateral.
Todavia, o tratamento é semelhante ao realizado em pacientes sem implantes.
Perfil
Alexandre Mendonça Munhoz – é cirurgião ´plástico, graduado
pela Faculdade de Medicina da USP. Com Mestrado e Doutorado em Cirurgia
Plástica na área de Cirurgia Mamária pela Faculdade de Medicina da USP. É
Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e participa do corpo clínico dos Hospitais Sírio-Libanês, Albert
Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz.
www.cirurgiaoncoplastica.blogspot.com
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