Especialista diz em artigo que
o segmento de moda é o que mais crescerá no varejo online no Brasil.
Uma das indústrias mais fortes, a moda,
ainda não conseguiu levar todo o seu poderio para o mundo online. Até mesmo as
grandes grifes têm tido dificuldade para emplacar na internet, já que a maioria
das vendas de vestuário ainda é feita em lojas físicas. Porém, não se engane:
esta é uma das categorias que mais crescerá no varejo online no Brasil.
O desafio é grande, mas os números mostram
esta tendência. O segmento já ocupa o 5º lugar no ranking das categorias que
mais vendem na web no Brasil – até 2009, ele não estava nem entre os 20
primeiros, segundo o e-bit. Estima-se também que o e-commerce de vestuário
brasileiro cresça 30% ao mês até 2016.
Todo este crescimento não se deve somente à
criação de lojas dedicadas às roupas e acessórios, aos outlets virtuais e
clubes de compra. É também um claro reflexo da mudança no comportamento do
consumidor brasileiro, que cada vez mais tem experimentado e aprovado a
experiência de comprar pela internet. Afinal, poder conhecer uma coleção
inteira sem sair de casa, nem se sentir pressionado pelos vendedores,
selecionar apenas o estilo e tamanho que se deseja ver e, com poucos cliques,
visitar e comprar em diferentes lojas, abertas 24 horas por dia, são
comodidades invejáveis e que somente o comércio eletrônico proporciona.
Com todas essas qualidades, por quê os
brasileiros ainda não foram conquistados de vez? Em geral, reclama-se da falta
de padronização nos tamanhos, do receio de não poder fazer trocas e da
insegurança em relação a clonagem e roubo de dados quando se usa o cartão de
crédito.
A boa notícia é que já existem alternativas
para solucionar estes pontos. As lojas podem apresentar uma tabela de medidas
com as dimensões das peças (em vez dos enigmáticos P, M e G) e optar por
mostrar fotos das roupas em manequins humanos onde é possível ver o caimento da
peça. Para devoluções, recomenda-se estabelecer um programa especial de trocas,
com regras claras e simples, seguindo também a legislação que garante ao
consumidor o direito de arrependimento em até 7 dias.
Oferecer uma forma de pagamento segura, que
proteja os dados do cliente e incorpore facilidades presente no mundo físico,
como o parcelamento, é regra fundamental para quem tem uma loja online de
qualquer segmento.
Eu também recomendo que os esforços ultrapassem
as fronteiras dos carrinhos de compra. As redes sociais podem ser usadas para
apresentar coleções e tendências, divulgar promoções, descontos, prestar
atendimento ao consumidor e favorecer a criação de uma comunidade ativa de
clientes e de fãs.
Tenho observado marcas do mundo todo atuando
com criatividade no Pinterest, rede social com mais de 10 milhões de usuários,
que estimula o compartilhamento de imagens e tem a moda como um dos temas mais
populares. No Pinterest, 70% dos cadastrados são mulheres – público fiel da
moda.
O comportamento do consumidor está mudando e
a conveniência da compra online deixando de ser um mundo desconhecido pelos
brasileiros. Pequenas, médias e grandes lojas devem estar preparadas para
aproveitar este momento positivo e desafiador para tentar conquistar seu espaço
e crescer junto com o mercado.
* Adriana Bello é diretora geral de
produtos do PayPal para a América Latina
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