Depois da polêmica
em torno de seu desfile no São Paulo Fashion Week, onde colocou palhas de aços
nas cabeças das modelos, Ronaldo Fraga foi alvo de várias críticas nas redes
sociais. Para esclarecer o fato, ele publicou a nota:
"O meu desfile é uma crítica
ao racismo e ao preconceito que respinga até os dias de hoje. Em nenhum momento
falo em homenagem. Voltei para um tempo em que o futebol, o tema que escolhi
para esta coleção, deixava de ser um esporte exclusivamente branco, de elite,
para se ajoelhar diante da ginga, da dança que os negros emprestavam da
capoeira pra driblar o time adversário. Tomei como objeto de pesquisa este
esporte como formação de identidade, de costumes e da história brasileira.
Procurei, como em outras coleções, fazer uma análise crítica e analítica sobre
a influência e apropriação do futebol pelo brasileiro”.
A ideia do desfile pode até não ter sido a mais feliz, mas
quem já teve a oportunidade de conversar com o estilista por, pelo menos, cinco
minutos, sabe que ele é uma pessoa muito gentil e desprovida de preconceitos raciais.
O
maquiador Marcos Costa, que idealizou as perucas junto com
Ronaldo, também publicou comentário explicando o que aconteceu: "Nunca foi
minha intenção ou de Ronaldo Fraga foi ofender ou discriminar quem quer que
seja. A ideia para o look do desfile era ressaltar a beleza de cabelos que
podem ser moldados como esculturas, não importando o fato de serem crespos.
Depois de testarmos alguns materiais, o Ronaldo Fraga sugeriu a palha de aço.
Foi também uma forma de subverter um preconceito enraizado na cultura
brasileira. Por que o negro tem de alisar seus fios? Eles são lindos!".
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