A dermatologista Dra. Daniela Pimentel
explica como as olheiras aparecem e qual o tratamento indicado
Também chamada de
hiperpigmentação periorbital, a olheira é uma diferença de cor entre a pele da
pálpebra e o restante da pele da face. Por ser uma região do corpo que fica
muito exposta, pode provocar importante impacto na qualidade de vida das
pessoas, ao produzir aparência de cansaço e envelhecimento.
Existem dois tipos: a vascular e a melânica. “Acredita-se que a maioria possua
componente misto, sendo a melanina e a hemossiderina encontradas em quase todos
os tipos de olheira, em maior ou menor grau”, diz a dermatologista Daniela
Schmidt Pimentel.
A
predominantemente vascular tem padrão de herança familiar e costuma aparecer
mais precocemente, ainda na infância ou na adolescência. É mais comum em
pessoas de grupos étnicos como árabes, turcos, indus e ibéricos. O diagnóstico
dessa modalidade de olheira é feito tracionando a pálpebra inferior para baixo
para melhor visualizado dos vasos sanguíneos da região. Segundo a Dr. Daniela,
“neste tipo de olheira não há mudança da cor da pele, mas a pálpebra fica mais
escurecida devido a visualização dos vasos dilatados, por transparência, já que
a pele da região é a pele mais fina do nosso corpo. Além disso, pode ocorrer
depósito de hemossiderina, que extravasa dos vasos sanguíneos”.
O
tabagismo, o álcool, sedentariamente, respiração bucal (comum em pacientes
alérgicos) asma, rinite e outras alergias, privação do sono, uso de
medicamentos vasodilatadores, colírios a base de análogos das prostaglandinas,
quimioterápicos e antipsicóticos são fatores que podem contribuir nesse
processo por meio dos vasos sanguíneos, levando mudança da cor da região. A
presença de doenças que levam a retenção hídrica e edema palpebral (doenças da
tireoide, doenças cardíacas, doenças renais e algumas doenças pulmonares)
ocasionam piora do aspecto das olheiras.
Já a
olheira predominantemente melânica geralmente ocorre em pessoas mais velhas,
que têm pele mais morena, podendo entretanto ocorrer em qualquer tipo de pele,
como consequência de excessiva e cumulativa exposição solar.
“Outro
fator que pode colaborar com a olheira é a alteração da anatomia da região, em
alguns pacientes pode ocorrer depressão da pele do local, pois com a idade,
acontece uma redistribuição da gordura da face, e a região da pálpebra inferior
pode se tornar deprimida, e associada a flacidez da pele, piora o aspecto das
olheiras”, explica a dermatologista.
O
tratamento ideal deve incluir a suspensão dos fatores desencadeantes, quando
identificados, remoção da hemossiderina e ou da melanina depositadas nas áreas,
com o uso de cremes com princípios ativos que tem esta função, laser, luz
pulsada, peelings e fotoproteção, lembrando que o sol
pode piorar o aspecto das olheiras.
Quando a
alteração anatômica está presente, o tratamento é realizado com preenchedores
de ácido hialurônico, que têm a função de melhorar o aspecto deprimido da área.
Dra. Daniela
Schmidt Pimentel
Graduada em
Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro com
Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade de Santo Amaro e
-Residência Médica em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro - Serviço
Dr. Luís Carlos Cucé, possui Título de Especialista em Dermatologia pela
Sociedade Brasileira de Dermatologia. É membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD), médica assistente e colaboradora do Serviço de Dermatologia
da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro. A especialista também
integra o corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e da Clínica Ephesus, em São
Paulo.
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