quinta-feira, 27 de julho de 2017

Os riscos das tatuagens em olheiras

Uma das maiores especialistas em dermatologia, a Dra. Denise Steiner, fala sobre os riscos de se encobrir as olheiras com taguagens

O aparecimento das olheiras mais escuras está relacionado à espessura milimétrica da pele e sendo assim, por causa da transparência, os vasos e a musculatura ficam aparentes provocando a tonalidade  "azul-enegrecida" na região.

Normalmente ela é tratada com peelings, laser, preenchimento, entre outros. No entanto, em pessoas jovens que geneticamente tem olhos fundos e escuros, há maior dificuldade em conseguir um clareamento satisfatório das olheiras. Por isso, algumas têm aderido ao tratamento com tatuagem nessa região. É uma técnica que aplica tinta permanente sobre as olheiras como se fosse uma base corretiva. 

O procedimento é perigoso. A tatuagem, quando realizada por profissionais treinados e com assepsia, pode ser interessante e segura. Entretanto, na região dos olhos, a associação de pele muito fina com inervação e vascularização complexas torna o procedimento muito arriscado.

O perigo está relacionado ao risco de infecções e contaminações, pois, em geral, as tintas aplicadas não são estéreis. Colocar uma agulha com material não estéril numa área dessas tem um alto risco de contaminação. Em segundo lugar, as agulhas das máquinas de tatuagem podem romper os vasos sanguíneos do local causando hemorragias e hematomas sérios.

Outro risco é o entupimento de algum vaso importante que pode até levar a cegueira. Na região das olheiras existem vasos sanguíneos de vários calibres e, no caso dos maiores, eles podem carregar algumas partículas da tinta e causar alergia ou infecção em qualquer local do organismo.

Portanto, se a questão é mascarar a cor da olheira, o mais seguro é usar corretivos. Alguns conseguem até tratar a pele enquanto escondem a cor escurecida das olheiras. Os corretivos duram apenas algumas horas, mas não oferecem risco a saúde geral ou ocular.

Dra. Denise Steiner
Médica pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Dra. Denise Steiner também é especialista em Hansenologia, em Saúde Pública e em Medicina do Trabalho, além de ser Doutora em Dermatologia pela UNICAMP. Autora de várias publicações de reconhecimento nacional e internacional, entre elas: “Calvície – Um assunto que não sai da cabeça”, “Beleza sem Mistério” e “Envelhecimento Cutâneo”.


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