Artigo
de Robson Marcus Wank
Nos
últimos anos, muitas carreiras profissionais passaram por mudanças. Algumas se
adequaram aos novos tempos, outras sofreram transformações radicais, outras
tantas foram extintas e muitas outras surgirão. O mundo da moda passa por uma
verdadeira revolução. A 4ª Revolução Industrial, para ser mais específico, que
já bate à nossa porta e nos mostra que a conectividade é a chave para o futuro.
Com a explosão de tantas novidades, os profissionais do
setor têm buscado especializações cada vez mais direcionadas à tecnologia, o
que vem atropelando quem insiste em se manter parado no tempo.
A
Confecção 4.0 é a grande novidade que marca a integração entre os espaços
físico e virtual, os consumidores, os produtos, as máquinas, os softwares, os
sistemas produtivos e a cadeia de fornecimento. Isso significa a produção de
uma roupa cada vez mais personalizada e exclusiva, feita com a ajuda de
diversos componentes tecnológicos.
Mas,
diante de tanta robotização, sobra espaço para a interferência humana? Sim! E
muito! Mão de obra específica para atuar na programação e no desenvolvimento de
tais componentes ainda é escassa. Precisamos de cabeças pensantes para inovar e
fazer com que todos esses equipamentos trabalhem em harmonia. Já há no mercado
cursos de formação de profissionais capazes de projetar a indústria do futuro
em empresas de confecção, vestuário e têxtil, seguindo os moldes da Confecção
4.0. O objetivo é torná-los especialistas capazes de integrar tecnologias,
gerando processos industriais mais eficientes, produtivos e sustentáveis.
A chave para o futuro é a conectividade e a integração de
todo o processo produtivo. Além de levar inovação às empresas e ao mercado como
um todo, a conectividade vai reduzir custos com mão de obra e tempo de
trabalho, ao mesmo tempo que deve favorecer maiores ganhos.
É
importante ressaltar, portanto, que o mercado da moda vai buscar cada vez mais
novos profissionais que saibam lidar com a tecnologia, que sejam capazes de
alimentar a indústria com modernas ideias e, principalmente, que passem a atuar
de acordo com as necessidades reais desse novo mercado. Até porque o público já
vem mudando a forma de consumir. Não há mais tempo para sair em busca da roupa
perfeita enquanto se experimenta uma infinidade de peças.
A consciência ambiental e a preocupação com o
desenvolvimento sustentável também começam a fazer parte do cotidiano dos
consumidores. Assim, os profissionais da moda precisam embarcar logo nessa nau
futurística, se quiserem se manter no mercado daqui a alguns – poucos – anos.
Robson Marcus Wanka é Gerente de Educação do SENAI CETIQT;
formado em Engenharia Industrial Elétrica, com mestrado em Metrologia
Científica e Industrial. Possui 20 anos de experiência em empresas
multinacionais e nacionais de grande porte dos segmentos de tecnologia, infraestrutura,
energia, educação e consultoria. Coordenou o projeto de implantação no SENAI
CETIQT da primeira Planta Industrial de Confecção 4.0 do Brasil.