O
artista, que nunca revela sua identidade, trabalhou quatro meses no mural que
ocupa 13 andares do prédio 395 da Rua Vitória, como a pintura está na lateral do edifício ela é vista pela Avenida Rio Branco, 450, na Praça da Republica, região central de São Paulo
O
novo mural gigantesco, que representa um menino comendo rosas em meio a um mar
de espinhos, já pode ser visto pelos transeuntes. Ocupa 13 andares de um
edifício, mede 45m x 45m e pode ser visto a mais de um quilômetro de distância.
Há quatro
meses, quando há luz do dia, um artista solitário e mascarado se perde em meio
à sua pintura gigantesca. Seu nome é BiP, um grafiteiro americano que, apesar
de nunca ter revelado sua identidade, acumulou mais de 27.000 seguidores no
Instagram e criou obras monumentais em todo o mundo, incluindo Estados Unidos,
Rússia, Chile, China, Canadá, Argentina, Peru e Colômbia.
Para
BiP, este trabalho tem um significado especial. "Eu sinto que os murais
que eu crio para o público devem refletir nossas vidas. Nossas vidas não são
apenas sobre comer rosas, mas sobre comer rosas em meio a um mar de espinhos".
Em
menos de uma década, BiP se tornou um muralista bastante conhecido na América
do Norte. Combinando uma mistura de cores sutis e de tirar o fôlego com um
conceito inovador, BiP cria peças de rua de qualidade, com ênfase em temas
humanistas e da classe trabalhadora. Simultaneamente instigantes e bem-humoradas,
suas peças são conhecidas por atrapalhar o tráfego em cidades como São
Francisco, na Califórnia, onde BiP acumulou uma série de grandes edifícios
impossíveis de serem perdidos pelos visitantes.
Apesar
dessa produção prolífica, no entanto, BiP é fotografado apenas usando uma
máscara e, quando gravado, modifica sua voz. "Eu não quero que as pessoas
me tratem de maneira diferente porque sou um artista famoso", explica ele.
"Isso seria algo que me separaria do público e me deixaria muito triste".
Em um
esforço para celebrar os ambientes em que trabalha, BiP frequentemente usa
pessoas locais como modelos para seu trabalho. O mural que ele finalizou em São Paulo
é, de fato, inspirado em um menino de 10 anos, da zona leste, Dudu Alves, que
faz performances de rua imitando Michael Jackson, na Praça da República e na
Avenida Paulista e que já se apresentou no palco aberto da FIESP.