Hoje, domingo, fui a Hair Brasil. Antes, se dissesse a alguém que
iria a uma grande feira de beleza num domingo, certamente, ouviria coisas do
tipo: você é louca! Corajosa! Nossa, justo hoje! Isso porque muitos salões de
beleza não abrem domingo e seus profissionais – cabeleireiros, manicures,
maquiadores, depiladores etc. – aproveitam a folga para conhecer as novidades
do setor. No caso da Hair Brasil, que sempre teve como mote ser uma feira para
o profissional do setor, isso era ainda mais marcante.
Hoje não foi assim. Já sabia que a feira estava menor, as notícias
pipocavam de todos os lados, colegas jornalistas, assessores, blogueiros e cabeleireiros que foram a feira ontem, sábado. Para muitos, ela estava
bem menor e meio vazia. Alguns chegaram a dizer que dificilmente a feira sobreviverá até 2020. Confesso
que achei os comentários exagerados. Como assim, a Hair Brasil é enorme,
pensei, não vai acabar.
Ao chegar na feira percebi os primeiros sinais que as coisas realmente não
iam bem. Havia vagas nos estacionamentos, e olha que fui depois do meio-dia, e
não havia filas para as vans, que fazem o transporte gratuito do Terminal Tietê
até o Expo Center Norte. Ah, eram vans mesmo, não vi aqueles grandes ônibus de
viagem.
Já dentro do Expo
Center notei que os pavilhões vermelho e branco estavam fechados. Pior, aqueles
congressos maravilhosos, que aconteciam no primeiro andar, já que na parte
debaixo não havia espaço, foram transferidos para o térreo, o andar
superior não estava aberto para o evento.
Passeando pela feira, a certeza: a Hair Brasil estava notadamente menor, em todos os sentidos. Nos estandes algumas marcas apresentavam produtos antigos, que eu já conhecia, poucos tinham lançamentos, isso, claro, para os padrões
da feira, onde antes se via uma novidade “a cada dez passos”.
Fui a Sala de
Imprensa, achei mais seguro, lá pegaria os releases com as informações do que
de fato era lançamento. Encontrei menos de dez textos de marcas diferentes. As
estantes estavam vazias, algumas, inclusive, apenas com folders das marcas,
numa demonstração clara que não havia sido feito texto sobre algo novo.
O que teria acontecido?
A Make-up Experience? A Estética in São Paulo? A chuva? A crise econômica?
Talvez todas. Não sei apontar uma causa. Torço para que esta
não tenha sido a segunda vez que fui a última edição de uma feira de beleza.
Estive na última Cosmética em 2008. Tenho um carinho especial pela Hair Brasil,
acho os organizadores criativos, inovadores e guerreiros. Já fui a edições fracas da
feira, é bem verdade que nenhuma tão fraca quanto a atual, mas nas anteriores
ela se reergueu. E agora? Salve a Hair Brasil.