A falta de demanda do varejo e a queda nas
exportações, em função do alastramento da pandemia da Covid-19, têm provocado
uma onda de demissões no setor calçadista brasileiro
Números da
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, do
final de março até o dia 19 de maio, foram desligados 32,8 mil trabalhadores no
setor, mais de 12% do total empregado na atividade (269 mil pessoas, em
dezembro de 2019).
Os estados que mais demitiram foram São Paulo (10,16 mil demissões), Rio Grande do Sul (8,93 mil demissões) e Minas Gerais (5 mil demissões). Os estados do Nordeste somam 6,12 mil desligamentos no período.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que o fato de o varejo físico estar fechado, ou com restrições, na maior parte do País, é o principal motivo para o quadro. “O setor já está prevendo uma queda de até 30% na produção de calçados, o que significa mais de 260 milhões de calçados que não serão produzidos esse ano. Voltaremos ao patamar de 16 anos atrás”, lamenta, ressaltando que a entidade defende o retorno gradual, e seguro, às atividades do comércio.
Além da queda no mercado doméstico, o revés nas exportações piorou o quadro. Em abril foram embarcados 4,84 milhões de pares por US$ 30,3 milhões, queda de 40% em volume e de 60,8% em dólares em relação com mesmo mês do ano passado.
A pesquisa realizada pela Abicalçados com empresas do setor será atualizada
semanalmente. Acompanhe no site www.abicalcados.com.br.
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