quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

O glitter é permitido, mas com cuidado

Que o glitter dá aquele encanto na make, principalmente na maquiagem do Carnaval, não há dúvidas, mas é preciso cuidados, que alerta é Karine Cade, dermatologista da Clínica Otávio Macedo & Associados

O glitter de papelaria que conhecemos hoje surgiu nos Estados Unidos na década de 1930 e se espalhou pelo mundo. No Brasil, o brilho se tornou um marco do Carnaval, mas segundo Karine Cade, dermatologista da Clínica Otávio Macedo & Associados, é preciso ficar atento. “O glitter vendido em papelarias é um triturado de microplásticos combinado com óxido de ferro para dar coloração. Além de não ser indicado para uso tópico na pele, é prejudicial para o meio ambiente”, diz.

A dermatologista indica o uso de cosméticos que contêm glitter em sua composição, já que são produtos que chegam ao mercado depois do processo de aprovação na Anvisa e suas fórmulas são adequadas para a pele. O glitter ecológico é também uma opção. A versão mais natural é produzida a partir de materiais como farinha de arroz, corantes vegetais e minerais, algas e gelatina incolor. “Entre o glitter comum, que é plástico, e o ecológico, o segundo é muito melhor para a pele e ainda é biodegradável”, diz Karine.

Outro ponto importante apontado pela profissional é a skincare em dia, mesmo na folia, é preciso retirar o glitter da pele usando algodão umedecido em água micelar. “Após a remoção do glitter, o indicado é lavar o rosto com gel ou sabonete de limpeza para ajudar a limpar e a desobstruir os poros, tanto do resquício da maquiagem quanto da poluição”.

Em casos em que a pessoa cola purpurina ou brilhos maiores no corpo, é necessário usar cola específica para a pele. Para remover esses brilhos, Karine indica demaquilantes bifásicos. “O uso de óleo corporal também é uma opção interessante, porque diminui a aderência do glitter no corpo, facilitando a limpeza e evitando alergias e irritações”, afirma a médica.

A médica ainda alerta que pessoas com a pele acneica devem evitar usar esse tipo de brilho. “Quem tem problemas com acne, já produz mais sebo e o uso de maquiagem ou glitter também obstrui os poros, o que pode acarretar na piora da condição”.

No olho, pode? Embora muitas pessoas apliquem os brilhos em regiões sensíveis, a dermatologista ressalta que há riscos. Áreas como os olhos, incluindo as pálpebras, em que a pele é mais fina e delicada, devem ser evitadas. “Também não é recomendado usar próximo ao nariz, já que existe um risco de aspiração do glitter. Isso pode causar irritação e sintomas como enjoo, vômito e dor abdominal. Não usar em áreas lesionadas da pele, para não correr o risco de agravar o quadro”, diz Karine.

Além disso, é importante lembrar que produtos e acessórios não devem ser compartilhados. Eles podem estar contaminados com microorganismos que podem causar infecção, além do risco de contágio com herpes labial ou conjuntivite. A qualquer sinal de incômodo com o produto, é importante remover na hora com água corrente e sem esfregar para não causar lesões.

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